Ano: 2014. Mês: dezembro. Local: São João del Rei, MG. O quê: trecho do meu trabalho de conclusão de curso “Do Ninho à Casa – construção de uma identidade em cerâmica” :
” ‘…o Brasil é um país continental, com uma diversidade cultural enorme, e
a nossa identidade é a diversidade. Acho que isso é algo que nos
caracteriza: essa disposição para a mistura, a mestiçagem, porque o design
brasileiro é um design mestiço, é um design que se contamina. Há várias
identidades, podemos falar em identidade no plural. O que une essa
identidade no plural é uma enorme capacidade de criar em condições não
ideais, nas condições que estão dadas naquele momento e lugar, com os
materiais e as tecnologias que estão à mão. Essa capacidade de
improvisação, nós temos de sobra, e isso leva a uma coisa mais de
informalidade, leveza, alegria, despojamento, tem um certo humor, um
frescor.’ (Adélia Borges em entrevista à Casa Vogue )
Ao longo dos últimos anos, como estudante de cerâmica da UFSJ, o meu objetivo era adquirir domínio técnico e o conhecimento profundo das matérias-primas, bem como encontrar estratégias de viabilizar a inserção das minhas criações no mercado. As inúmeras oportunidades de aprendizado vivenciadas aqui e no exterior, proporcionadas pela UFSJ, contribuíram sobremaneira à minha formação, ampliando a minha visão sobre a cerâmica e em processos criativos. Assim como me ajudaram a voltar os olhos à minha própria terra, e perceber as potencialidades e riquezas oferecidas aqui mesmo.
Concluo com este trabalho a minha extensa pesquisa estética e técnica com esse curioso ninho, que eu não encontraria no meu Brasil anterior a São João del Rei. A tentativa de transformá-lo em produto, que representasse sua região em cada um dos seus atributos, colocaram à prova todo o conhecimento e experiência adquiridos, pois em cada etapa foi necessária uma nova pesquisa, das argilas, das cores, da escolha das técnicas de construção e do uso do fogo. Apresento esta série cerâmica tentando representar um pouco do que a citação acima se refere quanto à nossa identidade, atrelando a beleza da imperfeição ao valor do trabalho manual e ao criativo uso dos recursos oferecidos. Que sejam objetos contadores de história.”
Leia a pesquisa completa: Do Ninho à Casa – construção de uma identidade em Cerâmica